Argumentos para dizer que te amo: nº 127

Lembra daquele tempo em que eu costumava segurar tua mão, olhar em teus olhos e dizer eu te amo com tudo de mim? Após tanto tempo eu sei que eu não estava enganado, já procurei nos mais sábios corações e mentes o significado da palavra amor, li bibliotecas inteiras querendo saber ao menos a essência pra me certificar de que nunca te enganaria, nunca te enganei, nem no Google encontrei... sim, meu anjo, continuo tão ignorante como sempre fora, mas não se disserta sobre o amor com mesmo brilhantismo como se faz com economia mundial, não se põe numa crônica sentimento tão nobre como mera banalidade diária, mas também não te escrevo um poema, desculpa. Juro que tentei, mas foi inútil. As palavras simples eram assaz pequenas, insignificantes, as rebuscadas por demais tolas e eu me vi mais uma vez diante do monitor repleto de escritos ridículos que em nada descreviam o amor. Que em nada levavam ao que sinto por você.

Quero parar de sentir saudades do passado, meu bem, mas não dá. Gosto de lembrar passado, presente e futuro porque é lindo o que trago comigo. Nesse momento eu só queria te abraçar e não te soltar nunca mais. Lembro do nosso primeiro abraço. Meu coração gritava, meus dentes batiam... sim, era esse mesmo amor que eu teimo em não conhecer, mesmo que eu o saiba no mais fundo de minha alma. Você não sabe minha dor desde a despedida, aquela que me separou de algo real e vivo que em mim existia e me fazia sorrir. E agora em meio a essa multidão, todos esses rostos que não me conhecem na cidade maravilhosa, eu sou uma sombra do que fui carregando algo muito maior do que posso suportar. Me arrasto por essas ruas vigiado pelas estrelas, deixo que o mar beije meus pés, mas, quem sou eu? E aqui estou mais uma vez, de volta ao pontos de partida, tentando te convencer do quanto eu te amo e como é grande o meu amor em uma série de inúteis combinações de palavras que nada dizem e que talvez nunca cheguem até você.

Sabe, essa noite eu sonhei com você. Me olhava tão ternamente... texto piegas esse. Blá, blá, blá é tudo o que eu sei dizer. Talvez porque após derramar tantas lágrimas noite a dentro e virar tantos litros desse vinho vagabundo que me nauseia eu não encontre sobriedade suficiente para dar sentido ao que não tem sentido algum, pra descrever o inefável. Pra falar a verdade eu não encontro sobriedade nem ao menos pra dizer quem é esse homem em minha casa, essa figura grotesca que me aparece onde antes ficava o espelho, algum vizinho folgado deve ter aberto uma janela sem minha permissão. Ia socar a cara do desgraçado, mas receio que não estou em condições para tanto, mas me identifiquei com algo naquele olhar... me cortou o coração. Coitado, talvez ele sofra como eu. Sim, é isso aí. Sem querer acabo por dizer, estou sofrendo muito. Eu daria toda minha vida por mais um minuto de felicidade ao seu lado. Você nunca vai deixar de ser dona do meu coração, de todo meu ser.

Quando eu penso em tudo, meu anjo, passa um filme em minha mente, é como se a morte me batesse a porta e eu me negasse a ir. Existe em mim uma bêbada esperança que cambaleia sempre forte. Como você está está? Porque não responde meus e-mails? Eu não aguento mais essa situação. Está bem, vou continuar a esperar respostas, vou continuar a escrever estas inutilidades, me oprimir entre estes rostos que nunca me vêem. Será que existe alguém que entenda o que eu digo, o que eu tento dizer? Não quero que você sinta pena de mim, eu quero cair em seus braços, te sentir. Quero te fazer entender que eu fui feito pra você, você, minha número um.

Iran Maia


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